Mensagem
Mensagem do Presidente para 2025
Caros Praticantes de Padel,
A Federação Portuguesa de Padel fundou-se em 2012. Desde então tem sido uma longa jornada até ao dia de hoje, em que se inicia um novo ciclo, com condições que não estávamos perto de ter quando tudo começou. Foi um caminho longo, com árduo trabalho de muitos, na sua maioria pro-bono, mas sempre com uma estratégia, uma visão e um rumo bem definidos. Teríamos de agradecer a tantos que se juntaram a esta missão, que não caberiam neste breve texto e, provavelmente, muitos seriam esquecidos, mas quem cá estava em 2012 sabe o que era o padel, que já existia desde 1990, e quando olha para trás pode sentir-se orgulhoso de tudo o que foi conquistado. Não há duvida que todos aqueles que acreditaram na modalidade, ao nela investir, quando ninguém sabia sequer o que era – refiro-me aos clubes e seus accionistas é claro –, aqueles que integraram os primeiros cursos de arbitragem e aos que fizeram os primeiros cursos de treinador que, na altura eram de “fim de semana”, sem nos esquecermos dos jogadores que sonharam alto e quiseram encarar o desafio de fazer parte do Team FPP, bem como todos os outros que se foram juntando, são os grandes responsáveis por aqui termos chegado. Agora há que manter o que de bem foi feito, e avançar para um futuro que não pode defraudar as expectativas.
Entramos em 2025 com muita ambição e, depois de anos de construção e credibilização, poderemos agora encarar outros desafios. O padel português é uma modalidade consolidada e respeitada, seja a nível organizativo, seja a nível desportivo, tanto em Portugal como internacionalmente, pelas mais altas instâncias, o que traz, também, muita responsabilidade.
Vamos, pela primeira vez na história do padel mundial, realizar provas FIP que se juntam às provas do Circuito Nacional, e com isso vamos dar aos nossos melhores jogadores a possibilidade de elevarem ainda mais o nível o seu nível e do Circuito FPP. No seu calendário, Portugal terá mais de 17 provas FIP de Absolutos e mais de 10 provas FIP de Jovens, o que o tornará no país do mundo com mais provas FIP no seu calendário, e de forma inovadora, os árbitros portugueses, reconhecidos pela FPP, terão equivalência FIP e poderão assim arbitrar torneios do Circuito Mundial.
Relativamente aos Treinadores formados pela FPP, numa iniciativa também inovadora, e com a introdução do modulo de coaching, os nossos treinadores poderão ter uma equivalência FIP que lhes permitirá dar coaching no circuito mundial – algo nunca antes oficializado.
Esperamos ver iniciar a construção da Cidade do Padel, uma infra-estrutura que permitirá à FPP ter o seu centro de estágios e de treinos, bem como o seu programa de alto-rendimento, à semelhança de outros desportos olímpicos e consagrados. Daí a nossa grande aposta num departamento profissional (GARD), que definirá e implementará as directrizes do alto-rendimento, desde as camadas mais jovens até às selecções nacionais.
E, por fim, o Padel Jovem, que será a nossa grande aposta: tentaremos captar mais jovens e criar as condições para que possam fazer a transição do padel escolar para o padel jovem, com o devido acompanhamento profissional, agora a partir dos 8 anos. A renovação do circuito jovem, a abertura das academias de padel jovem, em cooperação directa com a FPP, e acompanhada pelo GARD, bem como as novas condições dadas ao Team FPP Jovem e à Selecção Nacional Jovem, serão factor importantíssimo para que Portugal possa fazer parte do lote dos favoritos nos grandes palcos internacionais, assegurando, simultaneamente, a continuidade da selecção nacional de absolutos, bem como a continuidade dos brilhantes resultados conquistados pelas nossas selecções e seus jogadores em Mundiais, Europeus, e Circuitos Mundiais. A candidatura, já entregue à FIP, à organização do Europeu de Jovens no Verão de 2026 na Cidade do Padel será um grande teste para tudo o que pretendemos implementar.
Por fim, esperamos poder melhorar a relação com todos os filiados, fomentar a proximidade e interacção com os mesmos, de forma que todos os jogadores, treinadores, árbitros e Clubes se sintam parte deste projecto e nos ajudem a realizá-lo. Sem vocês nada disto seria e será possível, e o desafio começa agora e é de todos nós, por um padel de todos e para todos.
Bom 2025!
Ricardo da Silva Oliveira
Presidente da FPP
MENSAGEM DA FUNDAÇÃO
Caros Praticantes de Padel,
Ricardo da Silva Oliveira – Presidente da Federação Portuguesa de Padel
A lei de bases do Sistema Desportivo, Lei 1/90 de 13 de Janeiro, estabelece o quadro geral do Sistema Desportivo e situa o desporto como factor cultural indispensável na formação plena da pessoa humana e no desenvolvimento da sociedade.
No seu art.º 2º estabelece os princípios fundamentais, dos quais destacamos: a valência educativa e cultural do desporto, o reconhecimento do papel essencial dos clubes e das suas associações e federações e o fomento do associativismo desportivo, a participação das estruturas associativas de enquadramento da atividade desportiva na definição da política desportiva, o aperfeiçoamento e desenvolvimento dos níveis de formação dos diferentes agentes desportivos, e a redução das assimetrias territoriais e a promoção da igualdade de oportunidades no acesso à prática desportiva.
O Padel, pelas suas características especiais, tanto técnicas como sociais, enquadra-se perfeitamente no espírito do desporto – abrange todas as idades, e é possível iniciar a sua prática com sucesso desde a mais tenra idade até à mais avançada. Também tem o Padel grande aceitação junto de pessoas sem qualquer experiência nesta ou noutras modalidades, e que a praticam hoje com algum afinco e regularidade. Este factor é mais gritante ainda junto do sexo feminino, visto que o Padel tem enorme aceitação junto das mulheres, principalmente pela facilidade de iniciação e cariz social, capazes de atrair senhoras de todas as idades que acabam por trocar a inatividade física pela pratica regular de desporto.
Neste sentido é uma modalidade em ampla expansão no mundo, sobretudo nos países latinos, que contribui em muito para o incremento da atividade física, uma vez que atrai praticantes de todas modalidades, idades e espectros. Existe há dezenas de anos em países como a Argentina ou a vizinha Espanha. Perdendo apenas para o Futebol, é o 2º ou 3ª desporto com maior numero de praticantes, e o numero destes e respectivos clubes tem vindo a aumentar de uma maneira progressiva e sustentada. Em Portugal surgiu há cerca de 10 anos com a construção dos primeiros campos no Algarve e Lisboa. No entanto há cerca de 3 ou 4 anos, começou a tornar-se mais popular com o aparecimento de mais campos em outras zonas do país, e sobretudo muito mais jogadores. Hoje em dia já há vários eventos e torneios organizados tanto por clubes como entidades privadas que vêm no Padel uma boa oportunidade de negócio, e um bom veículo para chegar aos seus clientes.
Pouca gente sabe mas Portugal já foi o organizador de uma prova do antigo Circuito Profissional de Padel Espanhol – PPT (o principal circuito profissional da modalidade) e do Europeu de Padel em 2010.
Como qualquer modalidade ao nascer num país, o Padel não foi diferente. Desde logo foram feitas tentativas para formar uma estrutura organizacional que regulasse a modalidade e que permitisse e fomentasse o desenvolvimento da mesma em Portugal. Nasceu então uma Associação, que apesar da boa vontade de todos os intervenientes, e parca em apoios, não foi capaz de gerar o consenso entre todos os agentes da modalidade e de levar avante os seus intuitos.
Entretanto a Federação Portuguesa de Ténis, contactada pela massa resultante do fracasso da mencionada associação, foi abordada para “salvar” e tentar criar aquilo que anteriormente não foi bem sucedido, já que disporia de meios e de uma estrutura para o fazer. Desta forma e acudindo ao apelo de ajuda e reconhecendo o potencial de crescimento que a modalidade tem, foi a FPT que empreendeu esforços com as entidades reguladoras do desporto nacional, e com o acordo dos envolvidos passou o Padel a estar sob sua alçada – e consequentemente passou a ser a entidade reguladora também desta modalidade em Portugal. Inicialmente esta transferência de responsabilidades foi encarada com algum agrado e esperança pelos poucos que sonhavam ainda com o fomento e crescimento da modalidade à semelhança do que se tem vindo a verificar em outros países.
Infelizmente desde então não se verificaram quaisquer melhorias na organização da modalidade, nos seus torneios, na sua regulamentação, na sua divulgação, e na captação de apoios que desenvolvam a modalidade e respectivo numero de praticantes. O nível das seleções não subiu, e a angariação de verbas para o desenvolvimento de programas que permitam às nossas seleções obterem resultados de destaque em competições internacionais, também não aconteceu. E apesar do crescente aumento de campos e praticantes do Padel social – mas por iniciativa privada – a FPT não foi capaz de os agregar nem de desenvolver programas sustentáveis, ou dinâmicos que regulem efetivamente a modalidade e cumpram com os requisitos legais obrigatórios a uma entidade de utilidade publica.
Pelas razões acima citadas, e por outras que não interessa aqui abordar pois em nada é construtivo relembrá-las, juntou-se um grupo de amantes da modalidade, alguns deles membros de anteriores seleções nacionais, outros antigos membros da antiga associação e da direção do atual departamento de Padel da FPT, que depois de várias reuniões e trocas de ideias decidiram levar adiante este projeto de criar uma federação que represente efetivamente todos os intervenientes na modalidade, os seus agentes e os seus praticantes, e que desenvolva o Padel nacional em todas as suas vertentes, nomeadamente: Escolar, Social, Camadas Jovens, Feminino e Masculino, e de Competição.
Acreditamos que só uma Federação independente e inteiramente dedicada à modalidade, com membros “mecenas” e “altruístas”, conseguirá levar avante um projeto deste calibre. O Padel é uma modalidade própria e assim o considera o resto do mundo. Basta olharem para todos os outros países e constatarem que no mundo inteiro só há uma federação de Padel que não é completamente autónoma, e está assim também refém de uma Federação de Ténis. Entendemos que assim como o Squash tem a sua própria federação, como o Ténis de Mesa tem a sua própria federação e como o Badmington tem a sua própria Federação, também o Padel deve ter a sua Federação, empenhada e dedicada exclusivamente ao seu projeto.
E porque queremos o bem da modalidade e a paz entre todos, manifestámos desde o primeiro dia o desejo de conversar com a FPT e dar-lhes a conhecer o nosso projeto, convidando-os a colaborar connosco e disponibilizando-nos para colaborar com eles. Sugerimos uma transição de pelouro, pacifica e construtiva, em conjunto e com tempo para evitarmos guerras ou divisões, pois esses nunca foram os nossos objectivos desde o primeiro dia. Infelizmente os nossos apelos não foram correspondidos. A FPT mostrou-se irredutível e informou-nos que eram “donos” do Padel e que enquanto lá estivessem não haveria lugar a nenhuma mudança.
Perante isto não tivemos outro remédio se não o de, humildemente, e ouvindo todos os intervenientes que queiram participar, seguir em frente e tentar fazer bem, e perdoem-me o pleonasmo, o que não tem sido bem feito. É difícil não concluir que o Padel pode efetivamente trazer coisas positivas a uma FPT curta em recursos, nomeadamente licenças e dinheiro resultante das mesmas, mas dificilmente a FPT retribuirá com essas verbas recebidas para dinamizar o desporto que as gera, usando-os na sua grande parte para o seu desporto “core” e aquele a que deveriam estar exclusivamente dedicados. Também nos parece que, ao assistir a esta recusa de diálogo e cooperação com a FPP, os poderes instituídos nesta FPT manifestam claramente que pretendem seguir o caminho que têm seguido até aqui e que nada vai mudar.
Posto isto parece-nos inclusivamente impossível que as ditas seleções nacionais Portuguesas possam representar o país por falta de recursos financeiros que a FPT é obrigada a proporcionar. Muito menos conseguirá a FPT, ou terá sequer como meta, desenvolver os programas de formação de jogadores, treinadores e todos os agentes da modalidade. E como exemplo basta observarem a organização dos torneios do calendário nacional desta federação e verificarão que os próprios jogadores constatam esta realidade. Ou seja, os jogadores de Padel que optem por estar filiados nesta Federação, estarão entregues a si próprios e às suas iniciativas próprias, e recursos financeiros próprios.
Foram estes os pressupostos que levaram à criação da Federação Portuguesa de Padel que pretende formular um programa de linhas gerais que possibilite uma política sustentada de desenvolvimento do Padel em Portugal. Será o nosso desafio formular propostas e organizar ideias que suportem cada um dos projetos que enumeraremos ao longo deste breve documento, e outros que esperamos ser desafiados a cumprir por sugestão de todos os que praticam esta modalidade:
- Elaborar todos os regulamentos exigidos pela nova lei do desporto, cumprir com os requisitos da mesma, e torna-los públicos de maneira a que o Padel seja acessível a todos de igual forma e com critérios justos.
- Criar uma base de dados de todos os jogadores, campos, empresas, e agentes envolvidos na modalidade, ajudando-os nas suas necessidades, tornando-nos parceiros no desenvolvimento da modalidade.
- Divulgar a modalidade junto das escolas, clubes, público em geral, e entidades competentes, através de ações de divulgação, jogos de exibição, programas de formação e parcerias.
- Regular e formar todos os agentes ligados à modalidade (Árbitros, Jogadores, Treinadores, Diretores de Torneio, e Dirigentes).
- Criar um site de internet onde seja possível consultar quem são os agentes da modalidade (jogadores, árbitros, treinadores, clubes, dirigentes), e seus contactos. Este site será o veiculo preferencial com a FPP, onde será possível ter acesso a todas as informações relacionadas com a modalidade num contacto simples e direto com a estrutura da FPP. Será também possível aceder a informações de todos os clubes filiados (que terão nele a sua própria página grátis. Será também nele criada uma central de reservas de campo de Padel a nível nacional, bem como uma ferramenta que permita fazer encontrar parceiros para um jogo em que falte alguém, com níveis de jogo, localização, e horários, que estará disponível a todos os clubes e jogadores filiados que dele queiram usufruir.
- Criar e publicar o calendário de provas nacional, ajustado à realidade da modalidade no pais. As provas serão realizadas em diferentes categorias de modo a abranger todos os jogadores de diferentes níveis – Femininos, Masculinos, Camadas Juvenis e pelo menos 3 níveis de jogo.
- O Padel feminino pelas razões já apontadas anteriormente e pela sua especificidade será também alvo de atenção especial e se necessário alvo de regulamentos e/ou calendário especifico. Por isso criámos já um departamento só do Padel Feminino.
- Criar condições aos melhores jogadores nacionais para disputarem provas internacionais que lhes permitam evoluir e trazer depois para Portugal o resultado dessa aprendizagem internacional – queremos estar presentes em todos os campeonatos da Europa e Mundiais, bem como torneios internacionais ou até provas do PPT. E reunir fundos suficientes para que as deslocações sejam pagas pela federação, tal como é sua obrigação, cumprindo o definido pela lei geral do desporto.
- Organizar um campeonato Europeu ou Mundial a partir de 2014.
- Criar as condições para em parceria com entidades privadas criarmos o primeiro centro nacional de Padel onde possamos desenvolver a formação dos vários agentes da modalidade bem como todas as pessoas que se queiram iniciar ou aperfeiçoar o seu nível de jogo – do zero até aos futuros campeões internacionais.
- Organizar Clínicas e Eventos de Fomento e Divulgação da Modalidade.
- Estabelecer contactos e parcerias com os Municípios de modo a criar eventos locais de divulgação do Padel, levando o Padel assim a todo o país.
- Desenvolver um programa de formação em construção e gestão de campos de Padel, e torná-lo acessível a todos os interessados em abrir campos/clubes de Padel em todo o país.
- Organizar já em 2012 um calendário nacional com 4 provas de seleção em que os dois pares vencedores vão jogar 2 torneios do PPT para ganharem rodagem competitiva – tudo custeado pela FPP.
Em resumo, não negamos que somos ambiciosos e temos objectivos ambiciosos. Não pretendemos saber tudo nem ser infalíveis, nem sabemos se daqui a 4 anos poderemos olhar para trás e constatar que concretizámos tudo a que nos propusemos. Mas isso não nos assusta pois prometemos trabalho, dedicação e que “morreremos” a tentar. Ajudem-nos e filiem-se na FPP pois se todos participarem e contribuírem com as suas ideias construtivas, e não apenas com a critica fácil, teremos grandes hipóteses de alcançar um objectivo comum, e que lançamos desde já:O Padel de todos, para todos!
Bem hajam,
Ricardo da Silva Oliveira
Presidente da FPP